O ano de 2023 será o primeiro período completo da GreenYellow sob o guarda chuva do fundo de private equity de infraestrutura da Ardian, que adquiriu a participação majoritária do Casino em 2022. E os planos da empresa que está em 16 países colocam a operação local sob os holofotes da companhia. A previsão deste ano é de um investimentos de R$ 500 milhões em todas as suas linhas de atuação, inclusive a recém revelada atuação em geração centralizada.

“O grande crescimento da GreenYellow está na América do Sul. Para 2023 o Brasil tem 25% de todo o investimento da empresa no mundo em termos de capex, esse valor representa a maior participação que a operação local já teve no grupo”, revelou o diretor presidente da empresa, Marcelo Xavier.

A companhia tem em seu portfolio de projetos 140 MWp  já outorgados que foi viabilizado na modalidade de autoprodução em Goiás e que a empresa está realizando a prospecção de clientes. Além disso, há 450 MWp em projetos que a empresa solicitou o parecer de acesso de acordo com as regras da Lei 14.300. A previsão é de que este ano a companhia faça a conexão de 60 MWp, mais da metade desse volume deriva e um contrato com a 2W Ecobank (ex-2W Energia), com quem assinou contrato para a construção de 7 usinas solares de 5 MW cada.

Contudo, Xavier admite que esse segundo grupo de projetos não deverá ser todo aprovado por conta das questões de aprovação dos pareceres. Ele diz que uma taxa de sucesso de 20% é factível para sustentar a expansão da empresa pelo menos até o final do ano de 2024.

“Todo esse volume de 450 MWp está enquadrado na regra antiga da GD, esperamos receber os pareceres de acesso, mas vemos que esse processo está mais lento por conta da corrida dos empreendedores em apresentar os pedidos. Nossa expectativa é de não recebermos todo esse volume, ao considerar a taxa de sucesso de 20% desse volume poderemos sustentar nosso crescimento de mais 80 MWp a 100 MWp, para entregar até o próximo ano”, comentou ele.

O momento pelo qual o país atravessa que passa por uma conjuntura de preços de energia mais baixos, dólar se mantendo em patamares de R$ 5,20 e taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,75%, índice mantido pelo Banco Central na reunião do Comitê de Política Monetária de quarta-feira, 22 de março, trazem um cenário desafiador. Foi assim que classificou o diretor Comercial e de Novos Negócios da empresa, Marcelo Varlese.

Apesar disso, comentou ele, a agenda ESG de muitos consumidores que buscam a redução de sua pegada de carbono ajuda a manter o interesse por novos projetos. A questão é conseguir oferecer uma taxa de retorno que ainda mantenha a atratividade. Mas considera que esse cenário faz parte de um ciclo que é natural na economia e que ao passo que houver o aumento da demanda os preços voltem a subir.

Entre as outras linhas de atuação, continuou ele, a empresa ainda apresenta investimentos de soluções do chamado behind the meter e ainda em um projeto de eletromobilidade em parceira com a rede de supermercados Assai, que prevê a instalação de carregadores sem cobrança em 90 lojas da rede e mais à frente outros de carregamento rápido que deverão constituir uma nova fonte de receita ao ter seu uso cobrado.

Balanço 2022

A companhia apresentou um balanço de 2022 em suas duas principais linhas de atuação. Em eficiência energética foram mais de 900 contratos que levaram a cerca de 195 GWh de economia de energia. Segundo dados apresentados pela companhia, foram R$ 88 milhões em redução de custos. Já em energia solar, a empresa encerrou 2022 com 110 MWp de potência instalada 24 MWp a mais do que o fechamento de 2021.

E ainda, e soluções digitais foram mais de 739 mil faturas processadas, 590 lojas conectadas à plataforma de monitoramento no segmento de eficiência energética, 437 GWh comercializados e migração de 132 unidades consumidoras para o ACL. Além disso, registrou a venda de cerca de 200 mil I-RECs para a rede Assaí.

Com isso a empresa reportou faturamento de R$ 374 milhões no país, um crescimento de 23% quando comparado a 2021. A operação brasileira da empresa, destacou Xavier, é a segunda do mundo, atrás apenas do país sede da GreenYellow, a França. “Mas estamos bem próximos”, indicou ele.